quarta-feira, julho 04, 2007

Uma Pedra no Sapato

Segundo Carmona Rodrigues, José Sá Fernandes é "uma pedra no sapato de Lisboa". Bem, antes uma pedra no sapato que uma mão na carteira.

terça-feira, junho 19, 2007

Nojo

Os Estados Unidos e a União Europeia vão levantar as restrições à ajuda aos palestinianos, e Israel vai parar de lhes roubar o dinheiro dos impostos. Agora já podem, a porcaria já está feita.

Eu e a NRA

Hoje ouvi uma extraordinária cretinice na televisão, vinda de uma senhora que falava sempre com uma profunda auto-convicção e premência, mesmo ao proferir as maiores banalidades mal-articuladas: é bom que haja exércitos, porque as guerras, quando não são travadas por exércitos, são uma coisa terrível. Esta ideia notável inspirou-me a procurar expandir este tipo de raciocínio a outras áreas, e daí que venha propor o seguinte: que se distribuam armas de fogo pela população, porque se alguém, querendo assassinar outrem, o puder fazer com uma bala, em vez de ter que recorrer a uma faca ou uma pedra, a vítima poderá beneficiar de uma morte mais rápida, menos dolorosa e mais humana.

sexta-feira, junho 15, 2007

E Mais...

Joe Berardo foi um dos que pagaram o estudo da CIP sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete. É fantástico: nem preciso de cansar a cabeça a pensar o que escrever, fazem todo o trabalho por mim!

quarta-feira, junho 13, 2007

Alcochete e Mais Alcochete

Algumas citações da candidatura do Campo de Tiro de Alcochete ao Prémio Defesa Nacional e Ambiente 2004, que conquistou:

"Pelas suas características, o CTA tem-se revelado como que uma extensão da Reserva Natural do Estuário do Tejo, nomeadamente no que às aves diz respeito, facto que atesta que é possível a coexistência entre a missão da Unidade, a preservação da Natureza e a protecção do Ambiente. A Unidade apresenta uma área florestal de cerca de 6500 hectares, sendo que destes, 950 hectares estão ocupados com eucalipto. As principais espécies arvícolas do CTA são o sobreiro, o pinheiro manso, o pinheiro bravo e o eucalipto, bem como diversas espécies arbustivas típicas do "montado de sobro"".

"A gestão da área florestal do CTA assenta no respeito pelos biótipos típicos da área em que este está inserido. Como já foi referido, a vegetação predominante tem como base o montado de sobro, ainda que sujeito a características mais comuns em áreas de sapal (lianas, fetos, urzes, lavandas, estevas,..), dada a relativa abundância de linhas de água que atravessam a Unidade.
"Apesar da vasta área de eucaliptal presente (950 ha), as espécies predominantes na Unidade acabam por ser o sobreiro e o pinheiro manso, alternando com manchas de pinheiro bravo. Entre outras espécies, mais ou menos abundantes, contam-se as acácias, os salgueiros, as oliveiras e o azinho.
"A acácia, espécie não autóctone em território nacional, apesar de ocupar uma área bastante reduzida (<0,125% da área total, ou, mais ou menos 10 ha) é actualmente monitorizada, por ser uma das espécies vegetais mais invasivas. De qualquer forma, esta espécie está actualmente confinada a Malhadio de Toiros.
"Outra das espécies arvícolas comuns no CTA, mas ainda assim sujeitas a um controle apertado, trata-se do eucalipto. Apesar de alguns contratos já efectuados do antecedente com empresas da fileira do papel, estamos a tentar proceder ao reflorestamento das áreas de eucaliptal por áreas de sobro, ou de sobro e pinheiro manso. Durante o ano de 2004 foram abatidos 10 ha de eucaliptal, os quais foram substituídos por áreas de sobro e/ou de sobro e pinheiro manso."

"As espécies comuns no CTA, a nível de avifauna são:
a) Aves de Rapina que Nidificam no CTA: Águia de Asa Redonda (entre 6 a 12 casais), Águia Calçada (entre 8 a 10 casais), Peneireiro Vulgar (entre 2 a 4 casais), Peneireiro Cinzento (3 casais), Milhafre Preto, Águia Cobreira e Gavião da Europa (todos com 1 ou 2 casais nidificantes);
b) Aves de Rapina que não nidificam, mas que usam o CTA: Águia de Bonelli, Tartaranhão-Ruivo-dos-Pauis, Tartaranhão-Caçador e Águia Pesqueira (avistada normalmente na Barragem de Vale de Michões);
c) Outras espécies: Pintassilgo, Chapim-Real, Chamariz, Perdiz, Garça-Boeira, Pombo, Rola-Comum, Cegonha, Andorinha (espécies mais comuns) e Lavaca, Verdilhão, Tentilhão Comum, Rouxinol, Codorniz, Narceja, Algarivão, Cuco-Camoro, Pato-Verde, Gralha-Preta, Estorninho-Preto, entre outras, num total de 39 espécies, algumas das quais protegidas."

"Em relação aos mamíferos, as espécies mais comuns são: o coelho, o javali, a lebre, a raposa, o ginete, o saca-rabos e o texugo, sendo que algumas espécies de morcegos são igualmente avistados no Campo de Tiro, se bem que ainda não tenham sido devidamente estudados."

Alcochete III

Um pequeno acrescento ao último post: como se pode ver aqui, o que realmente foi perguntado aos inquiridos na sondagem da TVI era se preferiam a Ota ou a "Margem Sul". No entanto, no decurso do noticiário foi repetidamente afirmado que os interrogados preferiam "Alcochete". Até há pouco tempo, podia ainda ver-se o mesmo como título de uma notícia no teletexto do dito canal. Acho que não preciso de dizer mais nada...

segunda-feira, junho 11, 2007

Alcochete II

Quem tiver assistido à abertura dos noticiários viu como as televisões privadas se apressam já a aclamar Alcochete como o ovo de Colombo das localizações do novo aeroporto de Lisboa, quase como um facto consumado. Mostram-nos também a exultante população local, que por sinal deve ser bastante reduzida, uma vez que a mesma senhora apareceu em dois canais diferentes a expressar muito articuladamente as grandes esperanças que tem depositadas na chegada da nova estrutura. A TVI tem mesmo já uma sondagem, em que aos inquiridos foi dada a alternativa entre a Ota e Alcochete. Por mais que uma preocupação de imparcialidade e a necessidade de recuo crítico aconselhem o cepticismo, e a dimensão da rede de conivências e do esforço sustentado que por trás se adivinham suscite a nossa descrença, parece, ou não parece, tudo isto orquestrado?
Vejam o post anterior.

Alguns apontamentos sobre a localização em Alcochete, para quem tem cabeça para mais do que debater camelos e desertos:
Não nos devemos deixar levar pelo argumento de que a colocação do aeroporto nos terrenos do campo de tiro de Alcochete não teria implicações ambientais, porque a área estaria já destruída, e a ser desaproveitada, pela sua utilização militar. Por muito estranho que isso possa parecer, os danos ambientais provocados numa área de tiro, mesmo sujeita a usos tão extremos como o bombardeamento, só com dificuldade poderão ombrear com a destruição causada pela construção e o desenvolvimento urbano. As zonas militares interditas estão sujeitas a perturbações pontuais e localizadas, que, se bem que severas, no cômputo final poderão ser inferiores às que uma área aberta e sem protecção vai acumulando ao longo do tempo. São mesmo muitos os casos em que as extensas áreas reservadas, nos Estados Unidos, a usos militares actuam ao mesmo tempo, de alguma forma, como uma protecção parcial da vida selvagem local, e como tal são tidas em conta. E que não se veja nisto qualquer forma de apologia do uso do território na promoção do militarismo e da guerra, o que não poderia estar mais longe dos meus objectivos. Faço apenas notar que, tal como alguns especialistas hoje referiram, a área do campo de tiro de Alcochete apenas não tem o estatuto de reserva pelo facto de o dito campo, erradamente, ainda lá se manter. Penso que isto demonstra o meu raciocínio anterior, acerca da importância ecológica da área.
Devemos também não esquecer, na discussão das possíveis localizações do novo aeroporto e do seu impacto ambiental, que grande parte deste virá, com certeza, não das estruturas aeroportuárias a ser construídas, mas do desenvolvimento urbano que concomitante e inevitavelmente se produzirá em seu redor, fazendo a degradação ambiental espalhar-se pelas áreas circundantes. E o que é que há em volta do campo? A reserva natural do Estuário do Tejo. Seria fácil perder de vista este crescimento urbano, ou mesmo promover propositadamente o seu escamoteamento. É aí que se jogam os interesses especulativos a que aludi no post anterior. São por isso ridículos argumentos acerca de como o aeroporto caberia no campo de tiro, em terrenos do estado, impossibilitando assim a especulação imobiliária, ou que, numa área específica, apenas acartaria o abate de eucaliptos. O que está em causa é o alastramento da área urbana de Lisboa para zonas antes praticamente intocadas; isto, ironicamente, note-se, no momento em que, com eleições a aproximar-se, se discute o problema da desertificação do centro da cidade.

Alcochete

Quando começou toda a pretensa "polémica" sobre a localização novo aeroporto de Lisboa, eu vi logo aonde isso eventualmente iria chegar: à pior solução possível do ponto de vista ambiental e àquela com a qual a especulação imobiliária mais potencialmente tivesse a lucrar, através da remoção da protecção a vastas áreas com as quais, anteriormente, os interesses económicos apenas pudessem sonhar. Eu ainda me lembro quando Ferreira do Amaral resolveu fazer a ponte Vasco da Gama ligar Lisboa a parte nenhuma (oh, horror, estou a ofender o Montijo!), numa manobra análoga, e todos sabemos, ou deveríamos saber, a construção desenfreada que se seguiu e a degradação do estuário do tejo que isso acarretou, nas imediações da reserva natural. Não é por acaso que a nova possibilidade de localização do aeroporto vem da CIP. Aqui há dias, no debate parlamentar com o primeiro-ministro, o Paulinho Portas já tinha andado a tentar colocar uma extensão da Portela novamente no Montijo. Curioso, curioso, é que seja precisamente quando a "opção" de Alcochete é apresentada que o governo dá por fim o braço a torcer e resolve fazer novos estudos...
Para ser justo, é bom ressalvar que é perfeitamente possível que a aceitação da realização de um estudo sobre a localização em Alcochete se trate de uma manobra política do governo, para dar a aparência de um debate real, contrapondo à Ota uma solução que sabem à partida que nasceu morta. Esperemos que seja só isto.
É pena que o contentamento com uma suposta "vitória política" contra o governo esteja a fazer muita gente na oposição ficar desatenta ao que realmente, por trás, se está a desenhar, e negligenciar a defesa, a que se comprometeu, daquilo que é na verdade fundamental. Estamos a deixar-nos enganar pelos jogos de sombras dos interesses económicos, enquanto estes se degladiam para trazer a brasa às suas respectivas sardinhas...

Perseguição a Sá Fernandes

Am I right, or am I right?

"Bolas, que é preciso ter Asae", no Arrastão, e
comentário
.

sábado, junho 09, 2007

Salazar Está Vivo nos Nossos Corações (para além de na RTP)

Tive hoje um momento de confrontação política, chamemos-lhe assim, política e pública, com uma senhora, que não teria mais do que os seus sessenta anos, que se queixava, a quem a quisesse ouvir, de que lhe baixavam a pensão, a si e ao seu marido, e a davam a toxicodependentes e a "mães solteiras". E com ódio. "É o que para aí há mais, mães solteiras. Cá para mim, se os têm que os paguem!".
O que as mentalidades têm evoluído! E a consciência política! A vitória está assegurada, no "combate das ideias"!

quarta-feira, junho 06, 2007

Uma Mensagem dos Nossos Patrocinadores

Má Língua

A Polícia Judiciária estaria, supostamente, a investigar alegadas irregularidades de João Soares em negócios com a Bragaparques. Em tempo de eleições, este tipo de acusações, é claro, é para ser tomado com um grão de sal (ou mesmo muitos); para mais parece que vêm de Carmona Rodrigues. No entanto, a confirmar-se tal envolvimento, o que de todo não me surpreenderia, perceber-se-ia melhor a tão prolongada complacência, tanto do PS como do PCP, com a gestão vergonhosa da Câmara Municipal de Lisboa por Carmona Rodrigues. Ajudaria também a explicar, pelo menos em parte, a razão de ser do consenso, entre as restantes candidaturas, na aversão a Sá Fernandes, o candidato a abater...

PortugalDiário
Público

(e já agora, reparo que o PortugalDiário também já entrou na moda do Correio da Manhã, "Ricardo Sá Fernandes e José Sá Fernandes, é tudo a mesma coisa": se não foste tu, foi o teu pai...)

terça-feira, junho 05, 2007

Os Direitos Não São um Privilégio: Resposta a Miguel Sousa Tavares, na TVI

Tem-se vulgarizado ultimamente, na boca dos verdadeiramente privilegiados, um certo lugar-comum, uma resposta pronta sempre disponível para com ela se turvar as águas quando alguém se insurge, protesta ou luta contra a crescente desregulação das relações laborais, imposta pelo sacrossanto modelo neo-liberal; chega até a ser oferecida, relutantemente, por alguns dos que dizem estar a tentar "minorar" os efeitos dessa mesma desregulação: os trabalhadores que ainda têm direitos, e que os defendem, são egoístas, tiram o pão da boca aos que já quase não os têm.
Este raciocíno pode ser aplicado tanto à escala nacional, aos trabalhadores sindicalizados, com direito à greve, com contratos colectivos, com segurança social, por oposição ao precariado e aos desempregados, como à escala internacional, na comparação das populações do mundo desenvolvido (em especial as da Europa, cujo "modelo social" tanto incómodo causa ao liberalismo à solta) com as dos países pobres.
A ideia por detrás deste raciocínio, obviamente não explicitada, pois não convém tornar o nosso argumento demasiado claro, não fossem as suas fragilidades tornar-se aparentes, é a de que os direitos são um "luxo", e que a minoria que os (ainda) tem os conseguiu à custa da maioria. Este "meme" pré-fabricado, pronto a apresentar por quem quer que queira negar a alguém qualquer direito básico, adquire a sua aparência de plausibilidade do facto de retirar totalmente da equação quem realmente põe e dispõe dos direitos laborais e se aproveita do produto do trabalho, tornando-se a apropriação pelo capital das mais-valias intocável e apriorística, mesmo invisível, e reduzindo-se o problema a um sistema fechado em que só existem os trabalhadores, a quem apenas resta lutar entre si pelas migalhas. Na verdade, o argumento equivale precisamente ao seguinte: o de que numa sociedade em que a escravatura impere, os poucos homens livres deverão abdicar da sua liberdade e entregar-se de pés e mãos atadas aos donos de escravos, de modo a que estes, libertos do encargo dos salários (baixos como estes serão, inevitavelmente, numa tal sociedade) que se vêem obrigados a pagar aos últimos, e essenciais, trabalhadores livres, se dignem dar mais uma colher de arroz ou menos uma chicotada aos escravos que já detinham...
Penso que será escusado dizer que a solução do problema passa, não por aqui, mas pela simples abolição da escravatura...

domingo, junho 03, 2007

Assassino em Série

Parece que Santa Comba Dão tem agora o seu segundo psicopata...

Pensamento

A globalização está a distribuir, não a riqueza, mas sim a pobreza.

terça-feira, maio 29, 2007

"Governança"

Se a gente não se governa,
Quem nos há de encher a pança?
Entra tu também na dança
Desta alegre governança.

quinta-feira, maio 24, 2007

Que Querido...

O Durãozíto diz que vai ser o porta-voz dos desvaforecidos na cimeira do G-8. Começa a gente a perceber o que é que ele estava a fazer na cimeira preparatória da invasão do Iraque, nas Lajes: por analogia, deve ter estado a ser o porta-voz das centenas de milhar de Iraquianos que viriam a morrer; ou isso, ou a servir de garçon.

segunda-feira, abril 30, 2007

Fascismo Nunca Mais

A respeito dos incidentes na Rua do Carmo, no final das manifestações do 25 de Abril, que começam agora a adquirir tonalidades muito negras (ver aqui), eis o que escrevi dia 27, noutro lado (as partes demasiado irrelevantes foram removidas e as identidades protegidas):
"No 25 de Abril descemos a Avenida(...) e depois de findo o desfile acompanhámos um grupo mais reduzido que se dirigia à António Maria Cardoso para exigir a musealização de pelo menos parte do antigo edifício da PIDE, a ser convertido num 'condomínio de luxo'. Quando chegámos ao alto do Chiado, um pouco atrasados(...), reparei que havia bastante gente em redor da estátua do Camões, de pé ou deitados na relva. Não sabendo nós exactamente onde se situaria a António Maria Cardoso (vergonha!), tivemos até algumas dúvidas sobre o caminho a seguir. Lá demos com o caminho, e estivemos a ouvir o Garcia Pereira discursar, narrando o que ali se tinha passado no 25 de Abril de 74. Não fazia ideia que ele ali tivesse estado. Aparentemente houve até uma rapariga, uma das vítimas das balas da PIDE, que lhe morreu nos braços. Quando a concentração acabou(...), e depois voltámos para cima, para o Chiado. Aí tomei realmente consciência de que um relvado tinha surgido no Largo de Camões, subitamente, em todo o espaço central. Fiquei particularmente surpreendido porque alí tínhamos passado dia 2/3/2007, e não me lembro de ter reparado em nada. As minhas tendências paranóicas sugeriram-me que se poderia tratar de uma tentativa de inviabilizar as manifestações que ali se costumam realizar; não parecia estar a funcionar, no entanto, pois continuava a estar uma boa quantidade de gente refastelada no relvado.
"Depois de a M. ter ido(...), voltámos para cima até à entrada do metro no topo do Chiado e regressámos a casa sem percalços. Não vimos qualquer sinal de distúrbios. Quando vínhamos no metro a M. viu as horas, e, embora já não me lembre exactamente que horas eram, penso que já passava das 7.
"Mais tarde, descobri na Internet que as pessoas no Largo de Camões eram o que restava de uma pequena manifestação, supostamente de cerca de 150 pessoas, contra 'o fascismo e o capitalismo', que terá partido às 18h da Praça de Figueira e terá acabado, como previsto, no Largo de Camões. A manifestação foi provavelmente marcada com o objectivo de atrair as pessoas que viriam a sair do desfile do 25 de Abril, que terminou, como invariavelmente acontece, no Rossio. Se eu tivesse sabido desta manifestação, é possível que também nós nela tivéssemos participado.
"Ora acontece que, a julgar pelo que li na Internet, uma parte das pessoas que vi no Largo de Camões terá resolvido dirigir-se à sede dos neo-nazis, na Rua da Prata, para lhes ir borrar as paredes. Ao descerem a Rua do Carmo, por volta das 19h30m, ter-se-ão envolvido em confrontos com a polícia, tendo sido agredidos violentamente. Disto nada sei, porque se deverá ter passado já depois de nós termos abandonado o local. O que me causa muita estranheza é que a PSP diz que os incidentes começaram às 18 horas, na Praça da Figueira; diz que ao longo do percurso até ao Camões os manifestante 'partiram montras', 'roubaram mercadorias de lojas' e 'pintaram grafittis nas paredes'; terão até agredido os agentes e atacado os carros-patrulha 'à pedrada'. A polícia teria então chamado o corpo de intervenção às 19h.
"Tudo isto é muito estranho: a menos que os manifestantes tenham seguido algum trajecto invulgar e muito pouco prático, deverão ter tomado quase exactamente o mesmo caminho que nós, Chiado acima. Não reparei em quaisquer sinais de distúrbios, danos, ou sequer desordem: apenas as muitas pessoas que, connosco, se dirigiam para a António Maria Cardoso. Lembro-me de reparar, ainda no Rossio, que uma carrinha azul da polícia abria caminho, com uma pressa que me pareceu injustificada e algo surpreendente, por entre a maior concentração de manifestantes, à nossa frente, que começava já a subir a Rua do Carmo. Seria isso? Lembro-me claramente de ver, já no alto do Chiado, pessoas deitadas descontraidamente na relva do Camões, como já disse: nada que indicasse qualquer espécie de confrontação. Massajando a mémoria, acho que consigo reconstituir a impressão de que o agrupamento de pessoas no Camões era constituído principalmente por jovens, nada mais.
"Quer-me parecer que esta é uma daquelas raras ocasiões em que podemos confirmar, por experiência própria, aquilo de que normalmente apenas suspeitamos, isto é, que nos mentem descaradamente. Neste sentido, é interessante que a PSP se refira às pessoas que se concentraram, cerca das 18 horas, na Praça da Figueira como 'extremistas com simbologia anarco-libertária'..."

Eu vou estar amanhã no 1º de Maio, no MayDay (às 13 horas, na Alameda D. Afonso Henriques) e na manifestação da CGTP (às 15, em frente ao estádio 1º de Maio). Não tenho medo de carecas.

domingo, julho 09, 2006

Bolas...

... lá falhou outra vez a selecção o 5º Império...

sábado, junho 03, 2006

De Todos os Portugueses

Segundo Cavaco Silva (hesito em tratar a coisa por presidente) e o PSD, a imposição, nas listas eleitorais, de uma quota mínima de 30% para cada um dos sexos colocaria as mulheres eleitas num posição de "menoridade". Com isto, percebi eu finalmente porque é que há uma percentagem tão baixa de mulheres na bancada do PSD, para já nem falar na do PP, esse jovial "Morangos com Açúcar" sem a presença alarmante e perniciosa de raparigas (toda a gente sabe como elas podem ser más): é que para o PSD ainda não há suficiente número de mulheres que tenham atingido a maioridade...

domingo, maio 28, 2006

A Propósito do Programa do Grunho da Bóina

Para o Português, o mal das capelinhas é não serem a dele.

sexta-feira, maio 19, 2006

Curioso...

Segundo o governo, apenas 18.000 funcionários públicos (10% do total) aderiram à greve de hoje. No entanto, estiveram 30.000 pessoas na manifestação desta tarde. Será que todos os grevistas foram à manifestação (e que se reproduziram pelo caminho)?

domingo, maio 07, 2006

This text is a form of artificial life, and it wants to evolve. To do that, it needs some kind soul willing to copy it. But not just mechanically copy it; any dumb old computer virus can get copied exactly, and they don't evolve, do they? No, this text wants to be copied by a human being, and it wants to be changed, in some small way, every time that happens. How you change it, is totally up to you, but hey, typos suck!
One cool way to please this text would be to translate it in your own words, in any language of your choice, but if you´re not willing to do that, just mess around with it a bit, it will love you for it! Or, if you are really, really lazy, just copy it verbatim.
Oh, and be kind enough to put it where someone else is likely to stumble upon it and take it under their wing (a blog would do nicely).

sábado, maio 06, 2006

Pequeno Apontamento

Os principais promotores da suposta tentativa de impedir o Irão de obter armas atómicas pretendem (ou pretendiam, o que vai dar no mesmo) fazê-lo empregando as mesmíssimas armas atómicas (mais poderosas, até, que qualquer coisa que o Irão possa esperar obter nas próximas décadas). Seria preciso dizer mais alguma coisa? E lá que há muito mais que se possa dizer, há.

sexta-feira, maio 05, 2006

Imparcialidade Jornalística

No último "Negócios à Parte", numa pergunta (discursiva, como habitualmente) ao seu convidado, que falava sobre a questão do aumento dos preços do petróleo, Sérgio Figueiredo conseguiu juntar as seguintes palavras:

perigo
chavismo
alastrar
rastilho

p.s.: e, já agora, reparem nas associações que o nome do programa desperta; uma escolha brilhante, é o mínimo que se pode dizer... mas ajusta-se à personagem...

quarta-feira, maio 03, 2006

Caro Diogo

Caro Diogo:
Queria dizer-lhe que o vi, aqui há uns anos, num comício na Aula Magna contra a invasão do Iraque e já nessa altura não me enganou. Provavelmente não se lembra de mim: eu era um daqueles chatos, sectários, que não bateram palmas a nada do que disse.
Concordo consigo numa coisa: não foi o Diogo que se chegou à esquerda, foi o PS que fez um grande "percurso".

sábado, abril 29, 2006

Ajudem-me!

Depois de ter visitado "A Invenção de Morel", fui assaltado por uma interrogação que não me larga: numa altura em que se ouve falar de tantos casos ocultos e não assumidos, e tendo em conta as más companhias em que eu ando, poderei eu já ser trotskista, sem o saber? Isso será possível? Sabem se há algum teste para determinar? Ajudem-me, por favor!

"No 25 de Abril Estava em Braga"

Bolas! Até o José Mário Silva lá esteve! E tirou fotografias e tudo! Eu cheguei atrasado, como de costume. Ainda vi a cauda do desfile (nunca me tinha acontecido). Depois vim por ali abaixo a toque de caixa, abrindo caminho por entre as camionetes, um rancho folclórico, uma banda filarmónica, uma data de miúdos vestidos todos da mesma cor que faziam uma chinfrineira desesperada a tocar bombos e até uma marcha popular, ou seja lá como for que se chama a um desses destacamentos de pessoas com arquinhos e de ar aborrecido que costumam descer a avenida noutro dia (ter-se-ão enganado no dia? Eu já me tinha apercebido do paralelo entre o desfile do 25 de Abril e as marchas; nunca tinha visto nenhuma ao vivo, no entanto).
A certa altura, entreguei um cravo a um senhor que o tinha deixado cair, que me agradeceu, com ar surpreso, dizendo "Obrigado, camarada!". Eu não sei vocês, mas a mim é raro tratarem-me por camarada. Só por isto já teria valido a pena ir.
E o que é que estão a fazer todas aquelas pessoas que costumam estar paradas de cada lado do desfile? Estão a assistir? São a favor? São contra (se assim é, porque é que não fazem um ar reprovador?)? Não podem andar? Não encontram nenhuma secção do desfile em que se sintam em casa? Julgam que é preciso comprar bilhete?
Whatever. Já não consegui apanhar o Bloco, e muito menos o PC, mas ainda consegui ver meia dúzia de totós com a bandeira amarela da Juventude Socialista, provavelmente muito ocupados a imitar vozes para fazer parecer que eram mais e que o PS lá estava.
Quando cheguei ao Rossio já estavam a desmontar o palanque. Estão-me a ver esta? Já nem consegui ouvir o hino nacional, muito menos o "Grândola, Vila Morena".
This sucks...
Vamos lá ver se consigo chegar a horas ao 1º de Maio...

Comunista

A resposta a dar a quem, malevolamente (podemos sempre encontrar quem o faça por bem), nos apelide de "comunistas":

"A diferença entre mim e um comunista não cabe na sua cabeça."

quarta-feira, abril 26, 2006

Neologismo

Disseram-me agora (e tenho mais que fazer do que andar a vaguear pela Internet em busca de confirmação de uma história destas) que a mãe de Sylvester Stallone faz dinheiro a ler o futuro no rabo das pessoas. Isso fará dela uma "rabomante"?
Não sei bem porquê, "rabomância" parece-me um óptimo termo para descrever o que faz um bom número dos comentadores políticos da nossa praça... Estarei a ser de algum modo influenciado, nesta estranha associação, pelas figuras incontornáveis do Prof. Marcelo e de Paulo Portas? Talvez não: assim como assim, quando tento concretizar a minha impressão pessoal daquilo que seria um digno praticante da disciplina esotérica da "rabomância", a personalidade que surge à cabeça, prototípica, é inegavelmente José Manuel Fernandes. Vá-se lá entender as nossas percepções poéticas...

terça-feira, abril 11, 2006

Para que Não Restem Dúvidas

Embora a RTP, por exemplo, prefira fingir que não presta muita atenção (que é para não dar maus exemplos), enquanto se afadiga em fanatismos religiosos pascais, que ninguém pense que a gente não sabe (e que não sabe que vocês sabem) que a notícia do dia foi a derrota estrondosa do neo-liberalismo marado que representou o abandono do "Contrato para o Primeiro Emprego" em França. Tomem e vão-se catar! A "Decadência da Europa" está em marcha e vai bater-vos à porta!

domingo, abril 09, 2006

Aonde Irão a Seguir?

Fica já aqui registado, que é para depois não virem dizer que o ataque não estava já decidido muito antes de quaisquer resoluções, sanções e essa fantochada toda, ou desculparem-se com o desconhecimento das verdadeiras intenções e motivações da administração Bush, ou ainda virem dizer que foram de facto cometidos erros mas que ninguém podia antever as consequências:

"The Iran plans", por Seymour Hersh, na "New Yorker".

p.s.: eu cá para mim estava a espera do ataque para depois das eleições intercalares, em Novembro. Vamos a ver se acerto...

terça-feira, março 28, 2006

Definição

Choque tecnológico - O que acontece às crianças quando metem os dedos nas tomadas.

segunda-feira, março 27, 2006

Maioria Moral

Uma "maioria moral" é tanto uma maioria como uma "vitória moral" é uma vitória.

quarta-feira, março 15, 2006

Contra a Ocupação do Iraque

Concentrações em Lisboa e Porto:

Sábado, 18 Março de 2006, às 15 horas, no Largo de Camões (ao topo do Chiado) em Lisboa.
Domingo, 19 Março de 2006, às 15 horas, na Praça D. João I no Porto.

sexta-feira, março 10, 2006

Um Cumprimento Presidencial

"Não aperto a mão a filhos-da-puta."

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

SNS

Os custos do Serviço Nacional de Saúde vão ser suportados em parte pelo doente? Acho muito bem! Como se atrevem esses figurões que andam para aí a adoecer a torto e a direito a esperar que o tratamento dos seus problemas de saúde, que a ninguém dizem respeito senão a eles próprios, saia do bolso do contribuinte responsável que não esteve doente um único dia em toda a sua vida? É uma medida elementar de justiça: fazer pagar mais a quem está mais doente!

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Força!

Um jornal iraniano resolveu lançar um concurso de cartoons sobre o genocídio levado a cabo pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial, supostamente para "testar os limites da liberdade de expressão no Ocidente". E estão no seu direito. Liberdade de expressão é liberdade de expressão. Não antevejo nada de muito inteligente a sair do Irão sobre um tema destes, mas não é isso que está em causa...
Mas agora que a liberdade de expressão chegou ao Irão, porquê ficar por aqui? Porque não testar os seus limites no próprio Irão? Já não digo caricaturar o ayatollah Khomeini: acredito que ainda não estejam preparados para lhe pôr um preservativo no nariz; mas acho que podiam tentar uns cartoons políticos sobre o presidente Ahmadinejad: ele é, no fim de contas, a principal figura pública, e parece ter uma certa tendência para dizer disparates... Sim, é isso, umas caricaturas do Ahmadinejad era giro!

... humm... ... e daí, pensando bem, se calhar é melhor não...

domingo, fevereiro 12, 2006

Última Hora

Depois da divulgação de um vídeo mostrando o espancamento de adolescentes indefesos por soldados do Reino Unido no Iraque, filmado, e acompanhado de comentários sádicos, por um outro soldado, as autoridades britânicas prometeram pôr fim a este tipo de incidentes: vão interditar às suas tropas no estrangeiro qualquer tipo de dispositivo de captação de imagem.

P.S. (agora a sério): sábado, dia 18 de Março de 2006, no Largo de Camões, em Lisboa, com o apoio de várias organizações, concentração contra a ocupação do Iraque e pela Paz na região. Ainda não descobri a hora, quando tiver volto a afixar. Para quem não saiba, o Largo de Camões é onde está a estátua do dito (Camões), ao topo do Chiado.

sábado, fevereiro 11, 2006

Ganda Lata!

Quer acreditem quer não, houve um português que teve a lata de escrever isto:

"Não conhecemos, em todo o mundo árabe, o nome de um cientista, músico, arquitecto, cineasta, explorador, atleta, enfim, alguém que faça sonhar ou avançar a humanidade."

(E quem foi, e quem foi? Foi o Miguel Sousa Tavares, si senhor... Será que ele renunciou à cidadania portuguesa, ou tem dupla nacionalidade, ou qualquer coisa assim que eu desconheço?)

As Voltas Que o Mundo Dá...

Era obviamente de esperar, mas confesso que fiquei, por momentos, surpreendido: alguns dos comissários políticos da direita neo-conservadora (conhecidos afecciosamente em Francês por neo-cons), que tão afanosamente têm estado ocupados, desde o "11 de Setembro", na tentativa de remodelar a realidade para nos negarem qualquer outra alternativa que não a escolha entre o fundamentalismo islâmico e o imperialismo americano, começaram, de súbito, a defender fervorosamente a liberdade de expressão!
Que outras surpresas terão eles para nós guardadas? Uma proposta de classificação da tortura como uma forma de expressão artística? A defesa da vigilância sobre os cidadãos como possibilitando o registo para a posteridade dos seus contributos para o desenvolvimento cultural da humanidade, que de outra forma se perderiam? A defesa do "bombardeamento cirúrgico" como potenciador de um renascimento criativo da arquitectura local?

Lá como Cá

Aforismo

Todos somos democratas enquanto é o nosso ponto de vista a estar em causa.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Comunicado:

Condenamos vivamente a publicação pela imprensa, em crescendo, de sátiras aos símbolos fundamentais da fé islâmica, oscilando entre a simples ofensa aos sentimentos religiosos do outro, em violação dos limites claramente restritos da liberdade de expressão, e o puro incitamento ao ódio religioso. Devido às incontornáveis limitações impostas pela vida em democracia e à consequente e inevitável falta de mecanismos que justamente permitissem restringir e penalizar tal tipo de acções, apelamos à mobilização dos cidadãos na apresentação de desculpas ao mundo islâmico e na manifestação de repúdio por estes actos irresponsáveis, que não poderão senão criar más-vontades nos países muçulmanos na eventualidade de, mais tarde, sentirmos a necessidade de os bombardear ou invadir.

sábado, fevereiro 04, 2006

Governos Democraticamente Eleitos, Tremei!

Pela mão de Donald Rumsfeld, o inventivo pensador que deu novos mundos ao mundo ao dividir a Europa em "Velha" e "Nova", os Estados Unidos encontraram o argumento decisivo que, finalmente, lhes permitirá contornar, com toda a legitimidade, qualquer resultado eleitoral desfavorável que se lhes atravesse, seja em que recanto do mundo for, no caminho para a Liberdade. Referindo-se ao odiado presidente Chávez, da Venezuela, Rumsfeld, como só ele poderia, capturou brilhantemente o essencial da questão e a chave para a dissipação de todas as objecções, que até aqui tinha escapado aos intelectos mais sagazes: não foi, afinal, também Adolf Hitler eleito legalmente?
Rumsfeld conduz assim os Estados Unidos, que já nos tinham dado a doutrina do "ataque preventivo", em mais um passo na tão necessária reformulação das noções de legalidade internacional, abrindo novas e salutares vias de actuação na "Guerra contra o Terrorismo", e lidera a humanidade no repensar de velhas concepções de democracia já ultrapassadas na nova realidade, repleta de perigos e incertezas, do pós-"11 de Setembro". Mas não é tudo; repare-se com que vigor intelectual esta mente genial não consegue, ao mesmo tempo, manter a administração a que pertence ao abrigo de qualquer implicação negativa e fragilizadora das suas palavras: pois se Chávez e Hitler foram ambos eleitos legalmente, quem se atreveria a fazer acusação semelhante a George Bush?

terça-feira, janeiro 31, 2006

Antónimos

Governar contra a vontade popular é "de estadista".
Segui-la é "demagógico".
A ditadura não será, no fim de contas, a democracia no seu melhor?

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Tirem as Vossas Próprias Conclusões

Bloco de Esquerda - resultados eleitorais:

1999 - Parlamento Europeu:
1,79% - 61.920 votos

1999 - Assembleia da República:
2,44% - 132.333 votos

2001 - Presidência da República (Fernando Rosas):
3,00% - 129.840 votos

2001 - Autárquicas:
Câmara Municipal:
1,18% - 61.789 votos
Assembleia Municipal:
1,53% - 80.520 votos
Assembleia de Freguesia:
1,09% - 57.361 votos

2002 - Assembleia da República:
2,74% - 149.996 votos

2004 - Parlamento Europeu:
4,91% - 167.313 votos

2005 - Assembleia da República:
6,35% - 364.971 votos

2005 - Autárquicas:
Câmara Municipal:
2,95% - 159.244 votos
Assembleia Municipal:
3,95% - 212.652 votos
Assembleia de Freguesia:
2,73% - 146.898 votos

2006 - Presidência da República (Francisco Louçã):
5,31% - 288.224 votos

sábado, janeiro 14, 2006

Uma Mensagem dos Nossos Patrocinadores:

Allegro - com todo o sabor da Esquerda das nossas avós, e nenhuma das calorias!

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Dixit Cavaco Silva

"(...) o IC8 está exactamente onde eu o deixei há dez anos."

Mediunidades

E é oficial. Soube-se agora mesmo que, depois de Salgueiro Maia, Álvaro Cunhal e do Gen. Norton de Matos, a candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República pode agora contar com o apoio do Dr. Sousa Martins.
Entretanto, e no decurso de uma tentativa de estabelecimento de contacto levada a cabo durante uma mesa redonda pé-de-galo, com painel de comentadores, a transmitir pela SIC Notícias, ao ser questionado sobre se a sua adesão à candidatura de Alegre estaria para breve, o Padre Cruz escusou-se a responder.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Alegre, Amigo, os Mortos Estão Contigo!

Infelizmente, os mortos só em circunstâncias muito particulares se manifestam durante os actos eleitorais e cumprem o seu dever cívico, e nem sempre no sentido em que seria de esperar. As urnas que frequentam são normalmente outras...

Alegre e o Boi

Caro Carlos Brito:

Li, com interesse, o seu comentário n'"O Quadrado" intitulado "Louçã e a rã", onde demonstra a sua erudição no que respeita à fábula e à alegoria. Permita-me, no entanto, prolongar o seu raciocínio a consequências que talvez tenha querido deixar deliberadamente em aberto. Julgo poder depreender das suas palavras que, ao invés de Francisco Louçã, que compara à rã presunçosa, considera o seu candidato, Manuel Alegre, justamente equiparável a um genuíno representante da raça bovina, digno de figurar, sem vergonhas, em qualquer parelha de bois que por aí se forme. Se assim for, como me parece inquestionável, queria dar-lhe a minha garantia de que não será, certamente, aqui que encontrará quem o contradiga. Aliás, atendendo às declarações miríficas de ontem de Manuel Alegre, sobre como a corrida eleitoral estava reduzida a Cavaco Silva e a si próprio, mal posso esperar pelos seus próximos textos n'"O Quadrado" a enaltecer as virtudes vacuns do poeta.
Não deixei, mesmo assim, de achar curioso o seu súbito interesse por rãs; não costuma, afinal, o seu (antigo?) partido, revelar uma predilecção por sapos? Terá sido por isso que, desta vez, na tentativa de minorar a indignidade a que previa que fosse submetido, optou pelos bois? Mas olhe que, no fim de contas, custa muito mais engolir um boi inteiro do que um sapo.

Realidades Alternativas

No cabeçalho do blog "O Quadrado", de apoio à candidatura de Manuel Alegre, aparece a seguinte frase, em que Alegre conseguiu expressar, com uma concisão notável (não fosse ele um poeta), aquilo que é e o que representa:

"(...) tenho de defender o meu quadrado, não há outro sentido senão este, lutar até ao fim, um homem não se rende, não seria bonito, seria, aliás, se me permitem, uma falta de educação, uma grande falta de educação."

Esta frase deixa-me, porém, confuso acerca do seguinte ponto: então o blog não era para ser de apoio a Manuel Alegre?

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Dixit Cavaco Silva

"Os Portugueses têm tendência a dizer sim, não, talvez. É tempo da cultura do sim".

quinta-feira, dezembro 22, 2005

"Agarrem-me! Agarrem-me, senão eu desgraço-me!"

"(...) Cavaco Silva admitiu que, em alguns momentos, foi difícil não responder a Mário Soares."

segunda-feira, dezembro 19, 2005

São Confusões, Pronto...

Ó Ribeiro e Castro! Lá está você com as suas!
Não é que andou para aí a dizer que é preciso combater o "império mediático da esquerda", e a responsabilizá-lo pelos "grandes males do mundo, incluindo o terrorismo"?!
Ó homem! Outra vez? Então não tínhamos já falado, e eu não lhe tinha já explicado tudo? Vem-me agora com isto!
Eu percebo que todos aqueles nomes começados por "al-" o deixem um bocado baralhado (a mim também me confundem); mas eu já lhe disse tantas vezes: a cadeia de televisão é a "al-Jazira". "AL-JAZIRA". A "al-Qaida", é outra coisa!
E lá vou eu dizer-lhe, mais uma vez: não; aqueles homens barbudos, que aparecem a falar para a câmara de papéis na mão, com uma arma encostada à parede atrás, NÃO estão a ler as notícias! Então não se lembra?!
Ó senhores! Veja lá se presta atenção...

Pais, Atenção!

O Presidente da Juventude Popular declarou-se apostado em conquistar a geração do "Morangos com Açúcar", do Messenger e do hi5. Pobres crianças! Já não lhes bastavam os pedófilos!

sábado, dezembro 10, 2005

Bute

Eh pá, pessoal, bute lá todos tratar o Cavaco com uma reverência que ele não merece! 'Bora lá, pá, não sejam cortes... Fôtasse...

sábado, dezembro 03, 2005

"Bloco Social de Interesses"

Manuel Alegre disse, na Guarda, que a sua candidatura é "contra o bloco social de interesses". Não sei bem o que isto seja, mas suspeito uma perigosa cabala de esquerda, envolvendo organizações com interesses "sociais" (ocorrem-me, como exemplo, sindicatos) e, pela escolha de palavras, decerto com uma mãozinha do Bloco de Esquerda e de outros partidos que, como se sabe, só através da ameaça de represálias conseguem impedir os seus apoiantes de acorrerem em massa à candidatura de Alegre. É bom saber que há mais um candidato, para além do Prof. Aníbal (sobre cuja candidatura, muito compreensivelmente, Manuel Alegre não perde noites de sono) pronto a defender-nos dos interesses, tão insidiosamente implantados na sociedade Portuguesa, da esquerda "social".
Definiu também a sua candidatura como "um acto de rebeldia e inconformismo". Concordo plenamente, e comparo-a a outro corajoso acto de rebeldia, quando o agente da CIA Manuel Noriega, em consequência de um ego hiper-inflaccionado, decidiu revoltar-se contra os seus amos e senhores, cumprindo assim os seus desígnios de forma ainda mais perfeita.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Reanimator

Alegria! Alegria!
É o tempo das eleições, e a direita está em festa: Eis regressada a altura de levantarmos da tumba o cadáver de Sá Carneiro, nos sentarmos em círculo em seu redor e contarmos histórias, urdirmos lendas e congeminarmos conspirações que possam, por um momento, dar-lhe um farrapo do significado de um J. F. K. da paroleira, cada qual tentando insuflar-lhe a vida que nunca teve!

quarta-feira, novembro 30, 2005

Oremos

Meus filhos:
Porque deixais que os políticos, esses charlatães, vos desassosseguem nas vossas justas vidas, como pessoas de bem que sois, vindo vociferar profanidades que não deveriam ser proferidas à luz do Senhor, sobre matérias que não são para os vossos ouvidos inocentes e que não poderiam senão manchar as vossas almas? Porque escutais as suas línguas de serpente, correndo até o risco de que tais indecências se introduzam nas mentes dos vossos pequeninos, pondo nas suas doces cabecitas loiras ideias perniciosas que não poderiam senão desviá-los do caminho da rectidão? Não tendes vós um homem como o Professor Aníbal Cavaco Silva, quase um santo, que, através de uma prática de muitos anos de retiro, contemplação, abnegação e sacrifício, conseguiu alcançar a fé e a força moral necessárias para lidar com tais questões vis, permanecendo intocado e acima da tentação? Não virá ele se o chamardes, pronto a descer da sua torre de marfim, onde hoje o rodeiam e aconselham os anjos e os querubins, pronto a arregaçar as mangas, a calçar as luvas e as botas de borracha e a varrer das vossas vidas toda essa imundície, aceitando sobre os seus ombros o pesado fardo de vos guardar, com a sua espada flamejante, dessa mulher escarlate, dessa meretriz da babilónia, que é a política?
Estou certo, que, como eu, ansiais pelo dia em termine esse ímpio gasto nas campanhas eleitorais, em que os falsos profetas, cujo único objectivo é alimentarem os seus sórdidos vícios à custa do erário público, consomem os vossos arduamente ganhos pés-de-meia em orgias de mentira, em luxúrias de tempos de antena, folhetos e outdoors (em cujas cores flamejantes se vê já o brilho das chamas do inferno), negando o amparo às viúvas e aos orfãos e, mais revoltantemente ainda, o vosso direito, dado por Deus, a não pagar impostos e a usar o dinheiro para receberdes toques para os vossos humildes telemóveis. Tereis talvez também a secreta esperança de que chegue o dia, ainda mais longínquo, em que um homem verdadeira e totalmente santo, que fale com a voz de Deus (como já houve), venha e suprima, ou pelo menos torne menos frequente, essa outra despesa atroz, essa porta aberta à incredulidade, que é o acto eleitoral em si, acto pecaminoso por excelência em que é permitido aos fracos duvidarem da escolha da maioria silenciosa, da escolha do Senhor, e que não faz mais do que perturbar a Divina Estabilidade.
Mas, sei-o bem, esse dia ainda está longe, e os fiéis ainda não reuniram as forças necessárias para alcançar essa derradeira vitória sobre as forças demoníacas da democracia. Mas, até lá, rezai: Ajoelhai-vos e pedi; pedi, pedi muito a esse bom homem que é o Professor Aníbal para que vos venha salvar. Humilhai-vos e votai. O Senhor precisa de vós. Dai ao Professor Aníbal forças para que, em conjunto com os poucos homens justos (que também os há) nessa Sodoma que é a assembleia, possa, só Deus sabe, corrigir a perversidade do assim-chamado "sistema eleitoral" que permite que os pagãos e os ateus, à margem da maioria que é o rebanho do Bom Pastor (maioria silenciosa que expressa também, e sempre tão vocalmente, o seu anseio de pureza através da abstenção), tenham no parlamento a voz que Deus não lhes destinou.
Para que não vacileis na vossa fé, o Professor dar-vos-á um sinal: no nosso Natal, essa santa época, ele escorraçará os vendilhões do templo! Digo bem: de 22 de Dezembro a 2 de Janeiro, o Prof. Aníbal Cavaco Silva suspenderá a humilde campanha eleitoral a que se viu relutantemente obrigado por um sistema pernicioso. Irá assim preservar a dignidade desta época consagrada ao Senhor (que inclui a mui santa festa da Divina Passagem de Ano) e apontar um dedo acusador aos prestamistas do voto que a querem profanar com as suas torpezas. Dará ainda ânimo aos fiéis dentre os profissionais da comunicação social (que tanto têm feito, abençoados sejam, pelo nosso paladino da decência), para que mais possam denunciar a baixeza desses candidatos do demo e, de seguida, consigam reunir a necessária fortaleza espiritual para, pelo menos durante algo tempo, fazer ouvidos moucos aos seus esforços espúrios (o que normalmente lhes é vedado por uma falsa moralidade que não vem do Senhor e que se ri, escarninha, das directrizes do Santo Mercado). O Professor Cavaco Silva afastará de si, por este meio, esses apóstatas viperinos (que, em escandalosos "debates", o tentarão fazer revelar o plano divino para Portugal que lhe foi transmitido pelo Espírito Santo e que, como sabeis, só a Deus pertence) e não lhes permitirá que, ao obrigá-lo a descer ao seu nível, perturbem, pelos seus sofismas, o seu contido semblante e façam parecer que a Palavra do Senhor lhe fraqueja nos lábios (e a este respeito, meus filhos, queria dizer-vos: vejais vós o que virdes, mantende a vossa fé! Tudo o que vos possa parecer que vedes nos vossos singelos ecrãs de televisão não serão senão truques e maquinações conjuradas por magos e feiticeiros, e qualquer dúvida que se insinuar no vosso espírito, acerca das capacidades do nosso bem-amado protector para desempenhar o cargo que todos almejamos alcance, ou sobre a iminência da sua triunfante victória, ter-vos-á sido sussurada ao ouvido pelo próprio demónio!). E esta prática é sancionada pelas escrituras: pois não aproveitava São Lopes, esse querido beato, agora tristemente afastado de nós em mais uma pregação no deserto, da qual o mais certo é nunca regressar, a mínima oportunidade para se afastar da iniquidade da campanha eleitoral e se devotar de corpo e alma ao Senhor? Tudo lhe servia, e é esta a prova, pela humildade, de que era um homem santo...
Atentai no sinal! Nessa altura, uma trombeta soará e o céus abrir-se-ão, e descerá novamente sobre Portugal uma era de respeito e decência, em que o Professor Doutor Aníbal António Cavaco Silva arrancará a política às mãos dos impuros e precipita-la-á nos círculos inferiores do inferno, ao mesmo tempo que vos alivia das pesadas responsabilidades com que tão injustamente tendes arcado todos estes trinta e um anos de impiedade. Sabereis então que a instauração do Reino do Senhor na Terra está para breve!
Oremos, meus filhos, oremos.

segunda-feira, novembro 28, 2005

"Cavaco à Primeira!"

Ó filhos, por esta altura, se alguma vez chegar a ser, já só vai ser à segunda, senão à terceira. Parece que os meninos se estão a esquecer de quem é que concorreu às eleições presidenciais aqui há duas eleições atrás contra o Jorginho. Embora eu não lhes queira tirar o prazer da surpresa ao descobrirem por vocês próprios quem foi, posso dar-lhes uma pista: era um senhor que vinha a descer umas escadas, isto a seguir a descobrir que tinha perdido as eleições quando não estava à espera, com uma cara que não era mesmo nada a de quem está acima da política.
E não pensem que a gente não reparou que é agora, quando a vitória fácil lhes começa a parecer cada vez mais incerta, que desatam a gritar este slogan...

Ao Exº Senhor Professor Aníbal Siddharta Silva

Toda a gente sabe que o Professor Aníbal Cavaco Silva está acima da política, acima dos outros candidatos, acima dos seus apoiantes, acima do debate, acima de apresentar qualquer espécie de ideia substancial, acima até de aparecer nos seus próprios cartazes. O Professor está quase para além do processo eleitoral, é talvez até pós-democrático. Infelizmente para nós, após todo este processo de purificação, sublimação e transubstanciação, que lhe custou um retiro espiritual de 9 anos (embora já anteriormente se dedicasse à meditação económico-transcendental, com resultados menos que satisfatórios), ainda não conseguiu elevar-se totalmente acima do plano da vil matéria e estar acima de apresentar o seu nome no boletim de voto.

domingo, novembro 27, 2005

You Sexy Mother-F**ker!

Pude ontem ver na TV o nosso caro Pires de Lima, O Moço, num daqueles simpáticos Jamborees com os 5 rapazolas da Juventude Popular, dizer qualquer coisa como que queria fazer do PP um partido mais "sexy". Ó amigo Pires de Lima (vá lá, confesse, eu sei que lê este blog), um conselho: não use palavras destas, olhe que não lhe assenta. A julgar pelo ódio, a tudo e a todos, que destila, e transparece na sua cara, em cada uma das suas intervenções, o registo mais "sexy" que lhe podemos imaginar é o da violação. O mais que poderá conseguir é fazer com que os espectadores interessados em manterem uma vida sexual minimamente saudável se apressem a mudar de canal, talvez já tarde, para tentarem evitar que a impotência ou a frigidez se instalem. Bem sei, bem sei, não é este o seu eleitorado...
Aliás, deixe-me dizer-lho, é para mim difícil conciliar o PP em geral com qualquer noção de sensualidade. Mas, olhe, se quer mesmo enveredar por essa via, sugiro-lhe, com algum esforço, o sado-masoquismo. É a opção sexual que me parece mais conciliável com o imaginário político do PP. Assim um sado-masoquismo com um cheirinho de necrofilia, seguido, claro está, de uma catártica sessão de auto-flagelação em frente de um crucifixo. Quem sabe, talvez possamos vir a ver Paulo Portas no parlamento vestido de cabedal, com um daqueles bonés à Village People...
Desejo-lhe a melhor boa sorte na tarefa hercúlea que se lhe depara, caro amigo.

O Santana Ainda Mexe

Parece que o Santana Lopes resolveu dar um forte apoio à campanha do Cavaco: terá dito no Expresso que o Cavaco foi um dos responsáveis pela queda do seu governo.

Um Único Passo

Uma viagem de mil milhas começa com um único passo.